quarta-feira, 31 de março de 2010

Deixa eu brincar ...



Toda trilha é andada com a fé de quem crê no ditado
De que o dia insiste em nascer
Mas o dia insiste em nascer
Pra ver deitar o novo

Deixa eu brincar de ser feliz,
Deixa eu pintar o meu nariz ...

(Los Hermanos)

segunda-feira, 29 de março de 2010

Deixa sentir novamente (...)

Já não escrevo com tanta formalidade e intensidade do que escrevera há anos atrás. Eu que já morri tantas vezes, e fui ressuscitada tantas vezes, já me vi morta e ao mesmo tempo ambulante por aí, e do que adianta estar em um caminho torduoso, doloroso e preguiçoso. Nem sei o que faço aqui? Devo ter me dispersado do caminho certo! Se é que existe um caminho certo! Será que ainda tem passagem para a próxima partida? Com destino a OUTRA VIDA! Esta me cansa, me dói, deprime, atormenta. Alguma coisa me atormenta, e eu não deveria reclamar, justo eu que tive uma chance de voltar e continuar, mais a troco de quê? Por quem? Pelo o quê? Muita gente diz que é milagre eu estar aqui, e eu não desacredito, mais também não creio mais nisso. Devo estar descrente - descrente de mim mesma e daqueles que me cercam. Eu que em um certo momento cheguei a acreditar: “Estou no caminho certo, voltei por isso!”. Mas o mesmo caminho que me confortou e me fez crer ser bom pra mim, se dispersou pra bem longe, talvez se eu tivesse lutado mais por esse momento e tivesse feito dele “eterno”, mesmo sabendo que não existem momentos eternos, por algum motivo desisti de lutar, já cheguei a pensar – Paradoxo!Tenho que dar tempo ao tempo e ser paciente! Tudo bem, eu fiz isso, ainda o faço não mais por paciência, mas por pura “descrença”. Sobre o que eu estou falando aqui? Bom, talvez eu saiba, mais fujo disso todos os dias, e é isso que me atormenta... O caminho que perdi no tempo, que deixei partir, e que o mesmo tempo que me matou, me ensinou a deixar “isso” pra trás. Hoje, como espécie de conforto eu procuro sentir que foi melhor assim e que talvez eu quisesse seguir outro caminho. Então como recompensa castigada a gente passa a viver sem expectativas, e tudo falta, os dias se tornam pesados e irritantes, até que você possa voltar a si, e finalmente acordar e crer em alguma coisa de novo. Como há alguns dias atrás, percebi e pensei nas possibilidades em que temos de ter diversos caminhos, e de alguma forma isso me despertou vontades e me fez crer nessas possibilidades. Bom, ai entra a questão do tempo novamente, retomando a paciência, porém, seguido da tal crença. Mais deixo claro que por enquanto me sinto neutra, não posso dar nome a nada - mais gosto disso, gosto do sentidos sem sentidos, aliás, não é preciso compreender ainda, deixa sentir - Estou apenas me permitindo!

quinta-feira, 25 de março de 2010

Auto-suficiência





Tenho uma parte que acredita em finais felizes. em beijo antes dos créditos, enquanto outra acha que só se ama errado. Tenho uma metade que mente, trai, engana. Outra que só conhece a verdade. uma parte que precisa de calor, carinho, pés com pés. Outra que sobrevive sozinha. Metade auto-suficiente.

(Caio Fernando Abreu)

terça-feira, 23 de março de 2010

É preciso se adaptar (...)

"Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. Até cortar os defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual o defeito que sustenta nosso edifício inteiro...há certos momentos em que o primeiro dever a realizar é em relação a si mesmo. Quase quatro anos me transformaram muito. Do momento em que me resignei, perdi toda a vivacidade e todo interesse pelas coisas. Você já viu como um touro castrado se transforma em boi. Assim fiquei eu...Para me adaptar ao que era inadaptável, para vencer minhas repulsas e meus sonhos, tive que cortar meus grilhões - cortei em mim a forma que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também a minha força. Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que imagina que é ruim em você - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse seu único meio de viver. Juro por Deus que, se houvesse um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia ia ser punida e iria para um inferno qualquer. Se é que uma vida morna não é ser punida por essa mesma mornidão. Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo o que sua vida exige. Parece uma vida amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma. Gostaria mesmo que você me visse e assistisse minha vida sem eu saber. Ver o que pode suceder quando se pactua com a comodidade da alma".

- Clarice Lispector

Tudo é fase?

Ando numa fase de pequenas mudanças. Algumas internas, muitas externas, definitivas ou não. É como se eu vivesse uma fase de adaptação, pesando numa balança o que realmente importa e me faz bem. Ando mais flexível, mais confiante, e com uma admiração estranha por mim mesma. Ando conquistando pessoas, e um respeito novo surgiu. Sempre me respeitaram por medo, insegurança, por falta de abetura ou qualquer coisa que o valha. Ultimamente sinto que continuam me respeitando, mas de uma maneira diferente: respeitam por admiração, por carinho, por orgulho e por vontade, não por necessidade. Não digo isso querendo afirmar que me tornei um ser humano perfeito digno de refeverências, só tenho certeza de que ando me tornando uma pessoa melhor. Mais fácil de lidar, mais interessante, mais realizade e até mesmo mais feliz.E no meio de tanta coisa boa, de tanto carinho, consideração e elogios sinceros, não sobra espaço pra dor, pra insegurança, pra saudade ou desafetos.Você, pra mim, se tornou problema SEU.

Obs: Não encontrei o nome da autora, mais é maravilhoso!

Paciência

Porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência.

Caio Fernando Abreu

Impropositalmente poeta!

Ontem conversando com um amigo, comentei com ele que ando sem inspiração. Ele disse, ah então escreva alguma coisa sobre isso. Isso o que? Falta de inspiração, respondeu. Falei pra ele que era uma boa idéia, que eu iria tentar. Tentar? Tenho usado muito essa palavrinha, tentar tentar tentar, estou tentando poxa! Agora pergunte se eu saí do lugar – é, dá pra notar que não! Então, como se escreve um texto sobre falta de inspiração, se não estou inspirada? Complicado não! É mais ou menos – mais e porquê? Eu poderia escrever sobre minha vida, e tudo que passei, mais ai eu estaria me auto avaliando, tirando conceito e sentindo dó de mim mesma, coisa que eu odeio. Afinal, nem sofro! Nem sei por que disse isso. Mais então cadê? Onde foi parar minha inspiração? Ótima pergunta! Será que foi furtada, será que morreu, será que foi sugada? Que nada! Ela ta por aí, por aqui, algumas vezes a mostra, porém, outras vezes submersa, que chego a pensar que nunca mais conseguirei resgata-lá. Mas não vou botar a culpa em ninguém, não seria justo (...) Porque cheguei a conclusão que os momentos em que tive inspiração, foram em momentos de dor, engraçado não! Pois é, pensando por esse lado, a dor nos transforma impropositalmente em poetas. (Por favor, alguém me faça sofrer, preciso de inspiração!) Tá, é mentira. Mas, olha possivelmente alguém em estado pleno de felicidade, seja ele por, trabalho, saúde, ou amor (essa palavra tinha que aparecer, certo?), e vamos combinar que felicidade de amor estaca, você não tiraria meia hora do seu dia pra escrever alguma coisa de que sente vontade, a não ser aquela carta idiota, se declarando e jurando amor eterno!rs Tudo bem, se não existisse esse estado pleno de felicidade, eu não encontraria a inspiração, e vou confessar que pra mim a inspiração de dor é a melhor, é nela que você vê o que te falta, o que te encomoda, o que te fazia feliz e você deixou de lado, e assim observa as coisas erradas e que te passaram despercebidas, enquanto você estava “escrevendo aquela carta”. Não estou criticando quem ama, nem o amor. É preciso amar sim, sem dúvidas e aproveitá-lo da maneira que achar melhor. Quem é que vive sem amor? Impossível! Mais isso não vem ao caso, estou saturada com esse sentimento, estou em estado pós sofrimento de amor? Isso existe? Acho que sim! Por isso a revolta, mais não sou rebelde (...) Só estou sem inspiração!

segunda-feira, 22 de março de 2010

Pensando bem ... Existe!


Retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tempo incapazes de ver uma possibilidade de amor. Curvo a cabeça, agradecida. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania. Com corpo e face. Que recomponho devagar, traço a traço, quando estou só e tenho medo. Sorrio! - Caio Fernando Abreu

*Epifania é uma súbita sensação de realização ou compreensão da essência ou do significado de algo. O termo é aplicado quando um pensamento inspirado e iluminante acontece. 


Epifanias falsas? Existem existem ... 

Desespero cercado de paz ...


Vimos uma margarida e nem sequer era primavera e disseste que margarida era amarelo e branco. 
E eu disse que branco era paz e disseste que amarelo era desespero e,
dissemos quase juntos que margarida era então desespero cercado de paz por todos os lados! 




Caio Fernando Abreu

E agora?

Há tempos eu to querendo ter um blog, mais ai toda vez que começo a fazer paro pra pensar, mais o que vou postar nele? Será que falo do meu dia? Dos livros que eu já li? Trechos , versos, poesias e prosas dos meus escritores preferidos? Ai ai, são tantas as opções, minha vida é tão agitada que nem sei sobre o que falar! (tá, é mentira) haha! Mas, sinceramente – não sei nem por onde começar, se começo com um Oi, Olá, ou Hey sei lá. Eu olho, (olho não, eu devoro) os blogs alheios todos os dias, e fico encantada como encontram tanta facilidade pra escrever, e tudo aparentemente sai tão naturalmente, que ... sei lá, me trava como agora. Me sinto incapaz de ter um só pra mim, onde eu serei a protagonista, e minhas palavras, idéias vão ficar a mostra. Acho que quando escrevemos pra nós mesmos, as coisas fluem - porém, ao saber que outros irão ver, (Ah, eu espero que pelo menos alguém veja!) o que para mim parecia fácil e espontaneo, virou uma espécie de monstro, mais tudo bem, coragem pra enfrentar é o que não me falta! Mas, sempre me disseram que tenho um certo dom para escrever – ah, as pessoas mentem de vez em quando né. E acho que meu dom morreu! :’( Bom, talvez nem seja tão assim, olha só quantas linhas já escrevi, uhul! Já que fluiu algumas linhas, quero falar das pessoas que me cercam, são poucas as que me encantam e as que me fazem sentir aquela vontade de continuar uma amizade, a verdade é que nem eu me entendo, acho que sou meio fora do padrão, mais não me importo! Gosto de conversas longas, com algumas pessoas é claro, com outras prefiro nem conversar - Prefiro bater aquele papo com meus cães, ah! eles sim me entendem! Então, agradeço aquelas pessoas, com quem mantenho papos longos, aquelas que supostamente caem do céu, e encantam, pelo fato de eu conseguir manter uma conversa longa, e aos meus cães! Agradecer pelo que? AH! Eles sabem, se é que me entendem? Não né (...) Ui, empaquei denovo – talvez daqui 5 minutos eu desempaque, mais ah! To cansada de ficar atolada aqui, preciso seguir ... O sol ta queimando meus miólos!
Não é preciso entender, nem eu entendo. Na próxima eu melhoro, let it be! (: