quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Aqueles dias!

Lá de dentro eu só ouvia barulhos, carros, buzinas, berros e liberdade. Era como se aquela avenida agrupasse o mundo inteiro, e a única de fora, fosse eu. Sem ao menos ver que cor era os carros, de que bocas vinham os berros e a brisa de toda liberdade pairando sobre aquela avenida. Não entendi nada, nem ao menos lembrei o que eram cores, bocas e brisas. O tumulto de lá, agitava meu aconchego, perturbava meu leito. Mas a movimentação ali também era intensa, e por um instante pensei que todo o povo de fora, sequer sabia o que se passava ali dentro, ali na minha avenida. Quando o de fora quer entrar, o de dentro quer sair. E assim rodamos, quando queremos e não podemos, podemos e não queremos. Eu não queria, ou queria, ou simplesmente não tinha escolha. A agitação de dentro me pertencia, alias éramos nós quem fazia a agitação acontecer. Ta legal, talvez se eu fechasse os olhos e imaginasse apareceriam pessoas supostamente conhecidas por ali, mas não apareciam. Ao contrario, faces estranhas me cercavam, e para mim falavam outra língua já que não ouvia, e não entendia. Eu ate ouvia, mais acho que era uma linguagem de outro planeta, sei lá. Barulhos, berros, brisa misturados a frases e palavras desfiguradas. Eu estava confusa, perdida ou talvez eu estivesse desfigurada. Eu não sabia, eu tentei mais eu não sabia sequer onde estava, e todas aquelas pessoas vestidas de azul, mascaras, luvas, e todos aqueles olhares voltados para mim, justos pra mim, que não sabia nem quem eram, e o que eram, mal agradecida me senti. Eles eram iguais, um igualzinho ao outro, uns mais serenos, outros mais preocupados. Dentro daquelas faces estranhas, abri os olhos e me encontrei. Foi quando percebi haviam outros, tão desfigurados e perdidos quanto eu. Alguns, ainda adormecidos, mais idade menos idade, mais ali supostamente perdidos. E entre um movimento e outro ainda falavam comigo, foi então que absorvi tudo aquilo que ouvi distorcido. Suavemente me deram um bom dia, hora de acordar, falavam. Pensei  comigo, nem sequer eu dormi me deixem em paz. Eu quis dizer exatamente isso, mais não saiu uma só palavra, um só som. Palavras, gestos, movimento, não saiu absolutamente nada. Eu estava imóvel, completamente imóvel. O único movimento que me limitei fazer foi sorrir, e então uma lagrima caiu, uma duas três um milhão, eu ainda conseguia chorar. Nem todo sorriso e profissionalismo me cessaram. Não queria estar na companhia deles, era pra eu estar em casa já, era o combinado. Não lembrava dos dias anteriores, mas lembrava do combinado. E então quantos dias haviam se passados, um dia, dois dias, quatorze dias meu Deus! E porque eu ainda estaria ali, cadê meus amores não havia ninguém por perto. Ate que de tanto querer, minha mãe apareceu, eu senti que ela havia cumprido nosso trato, o de me encontrar depois. Mas eu não pude falar o quanto estava feliz em vê-la, e então ela me alcançou um pedaço de papel e uma caneta, e me comuniquei com ela por ali mesmo , fazia perguntas atrás de perguntas, tudo através daquele sublime pedaço de papel. Ela me explicou tim-tim por tim-tim, e minha angustia tornava-se maior ainda, em saber que nosso tempo estava acabando, ela me beijava e dizia que amanhã voltava, mas eu não queria ficar ali sozinha, era horrível dar tchau sem saber se veria ela no dia seguinte, e se ouviria sua voz, as noticias e melhor ainda os presentes que me mandavam. Era uma noite extremamente longa, e o movimento não cessava, senão comigo, com os outros a minha volta. Durante a noite eu permanecia, toda atenta sem descansar e era um cansaço sem tamanho como se eu correrá cinco quarteirões, mas a vontade de ver a luz era maior, muito maior que sono, ou cansaço. Enquanto noite vi pessoas indo, e vindo. Acho que se encontraram, e tenho certeza num lugar bem melhor. As noites eram longas, a saudade de casa, a vontade de voltar e fazer tudo o que não fizera, me levaram a enfrentar as noites, os barulhos, brisas, idas e vindas, e estranhamente aquelas pessoas. Mas resisti, enfrentei e esperei por aquele dia que se fazia nascer, aquele simples mais importante dia. Mais um dia, menos um dia!



Eu agradeço pela paciencia,e por terem acreditado tanto em mim.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Pelo contrário, às vezes um dragão saber ser gentil (...)


Fui consagrada, acredite! Acolhem-se corações, fazemos curativos e ainda lhe oferecemos um ombro, é minha oferta, aproveite! É promoção de inicio da semana, e ó lucrei hein! Talvez ate, seja uma promoção indeterminada porque é tanta procura, porque não né? Bom é sinal de as coisas vai bem, coração sinuoso, intacto e bem intacto, pois já foi reestruturado, e acreditem... Sozinho. Feito lagartixa que reconstitui a própria cauda, aqui é assim. Reconstitui-se individualmente, ta legal pode parecer egoísmo, orgulho e todas essas coisas que se dizem de quem vive sozinho sem ter amor e bla bla bla. O coração tá bom eu respondo sempre, vezenquando tem aquelas palpitações, rola um frio, um calor e um pensamento lá longe todo encabulado. Um gelo por dentro, iceberg. Ai meu Deus, deve ser os sintomas. Pois é. Nada mal, nada péssimo e de tão péssimo que se afoga hahaha, mas em todo caso, a gente acostuma, essa é a verdade. Acostuma, acostuma, palavrinha bem usada, ousada. E como ousa, acolhemos também confusões, e tormento, lamentações. Acumulam-se, amontoa-se, manda pra cá que tem espaço de sobra. É assim essa constante busca, procura de ombro, o meu ombro. Com toda modéstia ombros fortes. Tenho me achado um tanto forte, e não é de hoje não. Comportamento contextual, oculto. O que é não é meu é frágil, é sentido, estranhamente eu sinto fragilidade pelo outro. Audácia minha, me infiltro, me misturo e flui tão naturalmente, que acabo fazendo parte do elenco, daquela estória, porem completamente real e humana. Ajudo, ajudo sim não precisa nem dizer, dá pra sentir aqui de longe. Daqui dessa redoma onde nada atinge nada que venha urubuzar aqui é do bem, pode vir. Há quem diga que o bem atrai o bem, e por tanto tempo e inúmeras vezes me apontei mal, me fiz de mal e tão mal me fiz que atraia toda bondade alheia. O que é bom é claro, me sinto uma espécie de santa, um confessionário ou sei lá apenas amiga, como queiram me chamar. Por que amigos tenho lido muito, procurado por respostas exatas, mas confesso que sem sucesso, talvez tenho procurado em lugares extremos, tão longe que não encontro, e reviro, transviro, me viro, e nada. Tenho pra mim que toda essa exatidão não se ache em livros, jornais, revistas ou pedaços de papel. E sim dentro da gente, na arte do tempo e na extremidade da vida. Sabemos disso, não sabemos?!









Beeeeijos

sábado, 1 de janeiro de 2011

Tudo novo, de novo !


Muito bem, o que fazer agora? Ta certo, eu tenho o dia todo pela frente, mas são exatos meio dia e meio de 1º de janeiro de 2011, e eu já estou desesperada!! Tá bom tá bom é mentira, não estou desesperada nem ansiosa, na verdade é que eu estou cheia de fé. Não de que o mundo mude, e tenha paz em que todos se amem, eu nem acredito em um mundo melhor. Quer saber, não acredito mesmo. Aqui ou na China, vai haver sempre alguém se amaldiçoando e desejando o mal do outro, é lei da vida acho eu. Tem gente que tem gana por infernizar a vida do próximo, como existem aqueles que têm sede e facilidade em perdoar, ajudar e compreensão com os outros. Não sei qual a maioria ou minoria, acho que mundo ta meio divido, divide-se, multiplica-se, soma-se ah todas essas coisas ai da matemática, alias nunca fui boa nisso. Eu fui boa em português toda aquela literatura me interessava muito, ta certo que eu não entendia mais eu me esforçava. Mas hoje, ah hoje eu não sou boa em muitas coisas não, mais uma coisa eu sou, sou boa em despistar, e sumir ai sim eu sou mestre das desculpas. Me falam isso, lorota, conversa pra boi dormi... Tá legal eu sei que sou, mas o que posso fazer. Quando mais longe melhor, as coisas de perto me assustam, são enormes. Maiores que eu, ai não dá. Raras são as situações em que eu desejo estar, mas não vou, mas morro, morro mesmo na vontade de estar lá; TOTALMENTE DEMAIS! Sabendo que o mundo não muda só porque é primeiro de janeiro de tanto faz o ano, eu não sou de promessas, nem pular ondinhas, ate por que virei meu ano fazendo palavras cruzadas, é talvez eu tenha comido algumas uvas, mas não entendo dessas simpatias ai de virada de ano. Quem sabe passar o ano fazendo aquelas palavrinhas embaralhadas me dê muita sorte, me de mais dedicação e mais sabedoria, ah MA-RA-VI-LHA! Não preciso de amor, nem de paz, muito menos de dinheiro, hmmmmmm tá bom é mentira, preciso de dinheiro sim, com ele eu compro um amor novinho em folha, e paz, ah! Não sei não, onde compra?